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Barragem do Roxo
Barragem do Roxo

Em 1957, o governo da altura planeou suprir as necessidades de água do Alentejo, através do Plano de Rega do Alentejo, transformando a tradicional agricultura de sequeiro por culturas de regadio. Este projeto tinha por base a criação de um grande lago artificial na zona de Alqueva e de mais um conjunto de barragens mais pequenas, ligando-as entre si, de forma a poder efetuar transvases. Nesse conjunto de barragens encontra-se a Barragem do Roxo, localizada entre Beja e Aljustrel.

Agora que está concretizado esse objetivo antigo de 60 anos, será o momento de recordarmos um pouco da história desta infraestrutura que, desde 1985, para além de apoiar a agricultura, abastece também os municípios de Beja e Aljustrel.

A Barragem do Roxo foi construída entre 1963 e 1968, pela Direcção Geral dos Serviços Hidráulicos, tendo sido batizada como Barragem Arantes e Oliveira, nome do então Ministro das Obras Públicas, tendo mudado de nome após o 25 de Abril. Em 1970 a sua gestão foi entregue à responsabilidade da Associação de Regantes e Beneficiários do Roxo.

O paredão com 35 metros de altura e uma extensão total de 864 metros, construído em terra e betão, origina uma albufeira que ocupa uma área de 1.378 ha, armazenando um volume de água de 96 hm3.

Após a sua conclusão, abriu uma grande fenda, que não pôde ser reparada sem que fosse parcialmente demolido o paredão. As obras começaram em 1970 tendo terminado em setembro de 1982, com alguns interregnos de permeio.

No interior do dique existe uma galeria, com 35 metros de comprimento, com dois poços nas extremidades, ambos com cerca de 40 metros de profundidade, isto é, mais fundos que a altura do próprio dique. Num deles estão montadas duas bombas automáticas, cuja finalidade é de esgotarem toda a água da nascente que existe no subsolo da barragem. Estas bombas funcionam alternadamente, com intervalos idênticos, cada uma delas com um débito de 20 litros por segundo para evitar que esta nascente danifique o dique com novas roturas.

O plano de água correspondente à Albufeira do Roxo, constitui o elemento de maior valor em termos de património natural e paisagístico desta zona e ainda da sua envolvente mais próxima. Para além de se integrar na Reserva Ecológica Nacional, representa o biótopo de maior valor e com maior expressão na zona, pela grande extensão abrangida. A sua localização fez com que o Roxo se tornasse, progressivamente, no espelho de água privilegiado das populações próximas. Para além do elevado valor patrimonial que representa, é ainda factor de grande destaque pela qualidade cénica e de grande contraste que introduz na paisagem a nível local e regional. A sua utilização é, no entanto, fortemente condicionada pela legislação da Rede Ecológica Nacional (REN).

Todavia, ao contrário de outras albufeiras do Alentejo, os investimentos turísticos não se fizeram sentir, nem na hotelaria nem na restauração, nem tão pouco em equipamentos de apoio a actividades náuticas.

É provável que a sua classificação como albufeira “protegida” pelo Decreto Regulamentar de 2/88, de 20 de Janeiro, que impôs diversas restrições de uso, quer no que respeita à pesca, quer aos banhos ou à natação, como à navegação recreativa, a remos e à vela, ou às competições desportivas, mais a interdição total da navegação a motor, tenha sido a causa do seu abandono.

A exemplo de outras áreas do Baixo Alentejo, aquela onde se insere a Albufeira do Roxo é dominada por uma paisagem pouco acidentada, de pastagens e/ou culturas arvenses de sequeiro, com pequenas manchas de montado de azinho e alguns montes antigos.

É uma área de grande interesse cinegético e faunístico, onde a conjunção da albufeira com diversos corpos de água existentes, juntamente com todos os pequenos açudes para rega, charcos e outros pontos de água aí existentes, funcionam como habitats diferenciadores da região em relação ao seu estado original, permitindo a ocorrência de comunidades faunísticas diferentes das que seriam esperadas. Caso do Zarro-comum, espécie cada vez mais rara em Portugal. Para além das espécies directamente associadas à presença de água, a área da barragem suporta ainda diversos outros grupos, destacando-se o grupo das rapinas nomeadamente o tartaranhão caçador e o peneireiro cinzento, espécies com estatuto de ameaçadas. A nível dos mamíferos, destaca-se a lontra que encontra habitat especialmente nas ribeiras afluentes à albufeira.

 

Atualidade

A ligação da Albufeira do Roxo ao Alqueva, oficialmente consumada no dia 9 de Junho de 2016, com a entrada da primeira água proveniente da Albufeira de Alqueva, é feita através de um circuito que compreende, para além das barragens de Alqueva e do Roxo, as barragens de Alvito e Penedrão que passarão a estar ligadas entre si permanentemente.

A área de regadio associada á Albufeira do Roxo está dividida em oito Blocos de Rega:

-        o Bloco de Ermidas que abrange 1000 ha,

-        o Bloco de Rio de Moinhos (4632 ha),

-        o Bloco de Ervidel (8228 ha), o Bloco de Aljustrel (1318 ha),

-        o Bloco de Vale  de Zebro (2165 ha),

-        o Bloco de Monte Novo (1636 ha), o Bloco de Gasparões (1840 ha)

-        e o Bloco de Montes Velhos (2222 ha).

 Estes blocos no seu conjunto perfazem uma área total de regadio de 23 041 hectares, o dobro da área prevista no projeto inicial que era de12 000 hectares em 1970.

 

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